As vezes a gente só tem vontade de retratar as pessoas.
A primeira vez que vi o Murilo foi por sugestão do Instagram. Estava eu, lá, preso no vortex interminável dos reels, quando surgiu esse cara em um corte de show de stand up, com um celular na mão reagindo a vídeos de internet, se não me engano era o do Coach de energia que faz a galera tremer as pernas, Genial… O cara transformou os populares vídeos de react em um show presencial.
E ele é bom, eu ficava preso pois ele me fazia rir de coisas que antes eu só sentia raiva. E mais, ele me mostrou um universo de pessoas e coisas para odiar felizmente, como o Pablo Marçal.
Virei fã do cara e fique com vontade de retratar ele, por que não? Cara de pau que sou, fui e mandei um direct. Ele não só respondeu, como teve um tratamento muito próximo. Digo, não parecia que ele estava respondendo um maluco que se dizia fotógrafo e gostaria de tirar um retrato dele mas que poderia ser um sequestrador, um assassino ou coisa pior, um coach.
O fato é que ele me respondeu como se fosse um conhecido e sem enrolação aceitou o convite, colocou sua vida e reputação em risco e apareceu no estúdio na Faria Lima. Deu pra perceber no momento que abri a porta o alívio nos olhos dele em ver que aquilo realmente era um estúdio de fotografia e que eu era bem menor que ele, ou seja, dava pra ele se garantir na porrada.
Tomamos um café, conversamos, fomos fazendo as fotos. Foi leve, divertido. Até ideias idiotas ele topava fazer. quebramos tablets e manipulamos uma sociedade de bonequinhos. Não era como se fosse a primeira vez que o fotografava ou conversávamos. Foi uma experiência divertida para mim. Para ele eu já não sei… Ele não me parece feliz nas fotos, mas ai já entra na esfera de problemas que não me pertencem.
Na mesma semana levei a Lívia (musa inspiradora, esposa e razão da minha ansiedade) parar assistir o show no Acustic Comedy e posso falar. É muito melhor ao vivo mesmo. Afinal, tem coisas que só acontecem no ao vivo. Sempre tem o cara na plateia com a risada que dá mais vontade de rir, o público interage também reage com os vídeos (é inevitável ver a Betina em um cemitério falando de vida e não virar os olhos para cima ou soltar um “A vá pra p… que pariu”). Desta vez, tinha até um cara que nem sabia quem era ele, foi no show só porque estava hospedado em um hotel próximo e resolveu passar o tempo. Espero que ele não tenha vindo para São Paulo para um curso de de vender curso.
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